Vida Religiosa
A religião era muito importante para os povos orientais. Com poucas
exceções, as sociedades orientais possuíam religiões
do tipo politeísta e antropozoomórfica, que cultuavam vários
deuses, os quais tinham formas humanas e/ou de animais. As exceções
a esse quadro eram fornecidas pelos povos hebreu, persa e hindu, como veremos
abaixo. Os deuses eram quase sempre específicos de um determinado
povo. No Egito, houve uma tentativa de eliminar o politeísmo, realizada
pelo faraó Amenófis IV (1.370 a.C. a 1.352 a.C.).
Na verdade, o objetivo maior do faraó era acabar com a influência
da classe sacerdotal. Determinou a crença em apenas um deus, Aton
, mas as resistências foram muitas, e a tentativa fracassou. As religiões
dos persas e dos hebreus apresentavam características distintas,
quando comparadas às das demais sociedades da Antiguidade Oriental.
A dos hebreus, por exemplo, constituía uma religião revelada
por deus, tido como criador do mundo e de tudo o que há nele , a
um líder, que se encarregaria de transmiti-la ao povo. Javé,
único deus hebreu, teria se revelado a Abraão.
Já na Pérsia, a princípio, admitia-se a existência
de dois deuses antagônicos, Ormuz, deus do bem, e Ariman, deus do
mal. À semelhança dos povos politeístas, também
os persas e hebreus acreditavam na imortalidade da alma e, ao contrário
daqueles, não permitiam a representação dos deuses
por meio de imagens. A Índia mostrou também um quadro diferente.
Como efeito, lá podemos constatar uma evolução do
politeísmo das religiões antigas, o vedismo e o bramanismo,
para o ateísmo do budismo . O vedismo pregava a existência
de numerosas divindades e a vida além-túmulo. De sua evolução,
resultou o bramanismo, que estabelecia a transmigração das
almas. Brama era o espírito universal, absoluto, no qual tudo procede
e ao qual tudo retornará. No século V a.C., Sidarta Gautama,
filho de um príncipe nepalês, após romper com as convenções
sociais e meditar até tornar-se um Buda , deu início à
pregação das novas verdades, que se consubstanciaram no budismo.
Partia-se do princípio de que tudo o que existe são a dor
e o sofrimento; e o mal supremo é ter consciência disso. Assim,
o fim da dor está na libertação da mente, através
do esmagamento do desejo por meio da retidão de comportamento. E
a busca do nirvana, estado de plenitude espiritual e de superação
das limitações mundanas, que se atinge após a morte,
ou em vida, quando cessam todas as dores.